Jim Rickards ou James Rickards (foto) é advogado norte-americano, trabalhou mais de 35 anos em Wall Street, consultor da CIA e autor do bestseller “Guerras Cambiais: gênese da próxima crise mundial” e outros. Neste artigo, interpretamos sua visão sobre o futuro das moedas nacionais e traçamos um comparativo entre o ouro e o bitcoin, segundo um dos mais renomados especialistas em finanças globais.
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também são considerados dinheiro devido ao seu valor e a possibilidade de realizar trocas, assim como o bitcoin e outras moedas digitais, consideradas a forma mais moderna de dinheiro.Algumas pessoas dizem que diversas formas de dinheiro, como o dólar ou o próprio bitcoin, não possuem valor intrínseco, o que não é 100% verdade.
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James G. Rickards é o editor de Inteligência Estratégica. Ele é um advogado americano, economista e banqueiro de investimento com 35 anos de experiência trabalhando no mercado de capitais em Wall Street. É o autor de "Guerras cambiais", "A Morte de dinheiro" e "The New Case of Gold" ou "a Febre do Ouro", Jim também serve como Economista Chefe para a West Shore Grupo.
Toda moeda é sustentada por uma única e importante característica: confiança. Se você e eu tivermos confiança que alguma coisa é dinheiro e fizermos um acordo com base nisso, aquilo vira dinheiro para nós. Eu posso chamar alguma outra coisa de dinheiro, mas se ninguém no mundo aceitar, então não vai ser dinheiro. O mesmo pode ser aplicado ao ouro, ao dólar e às moedas digitais, como o bitcoin.
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A segunda característica em comum é a criptografia, que concede o prefixo “cripto” ao nome deste ativo digital. É possível observar as transações acontecendo naquilo que chamamos de blockchain, que é um registro público e praticamente imutável de todas as transações e moedas em circulação. Contudo, a identidade das pessoas por trás da posse de cada moeda ou de cada transação está escondida por meio da criptografia, garantindo alto grau de anonimidade. Somente as partes envolvidas na transação é que possuem as chaves criptográficas para efetivar o acordo. Nenhum intermediário é necessário.
Isso não significa que as criptomoedas são infalíveis. Grandes quantidades delas foram perdidas por indivíduos que confiaram em corretoras de bitcoin não-reguladas, que foram alvos de ataques hacker, como ocorreu em agosto com a chinesa Bitfinex. Outras pessoas perderam seus bitcoins porque simplesmente perderam suas chaves privadas. Mas, no geral, o sistema funciona bem e tem crescido rapidamente.
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O bitcoin e outras criptomoedas apresentam diversos desafios ao sistema financeiro vigente. O primeiro problema é que o valor do bitcoin não é constante em relação ao dólar ou qualquer outra divisa de referência. Nos últimos anos, a moeda digital vivenciou momentos de muita volatilidade, com seu preço flutuando de US$ 100 a US$ 1100. Atualmente, ele está cotado em torno de US$ 600. É verdade que o dólar flutua em relação a outras moedas, como o euro, mas essas variações são tipicamente medidas em centavos, e não em saltos de US$ 100 por dia.
Essa forte volatilidade cria um problema em relação aos impostos. Por exemplo, você compra um bitcoin por US$ 600 hoje e depois você o troca por um item ou serviço com um valor de US$ 1000. Você teve um ganho de US$ 400 na compra ou venda do bitcoin. Nos Estados Unidos e no Brasil, o governo tributaria esse ganho de capital. Não parece que a maioria dos usuários de bitcoin estejam reportando esses ganhos ao governo, mas é importante salientar que aqueles que não o fazem, estão incorrendo no crime de evasão fiscal.
Uma potencial solução para o problema da volatilidade do bitcoin que Jim Rickards considera interessante é atrelar o bitcoin ao ouro, utilizando uma taxa fixa. Isso exigiria consenso da comunidade de bitcoin e uma entidade interessada em criar um mercado de ouro físico ao valor acordado em bitcoin. Se isso fosse feito, essa alternativa poderia inclusive ameaçar a hegemonia do dólar como moeda de reserva, especialmente se países com bastante reservas de ouro, como a Rússia e a China, gostassem da ideia.
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Os investidores com alguma experiência em ações, títulos públicos, ouro e outros ativos financeiros já têm um histórico de como seus investimentos tendem a se comportar durante uma crise, mas nós não temos nenhuma experiência ainda com o bitcoin neste cenário.
O que ocorrerá em caso de uma crise sistêmica? A liquidez secaria e os preços despencariam? Ou os investidores considerariam o bitcoin como um porto seguro, levando-o a um aumento no preço? Nós não sabemos essa resposta, mas eventos recentes como o Brexit e a incerteza monetária chinesa nos dão sinais positivos de que o bitcoin tem sido percebido como alternativa interessante para mitigar riscos.
Rickards também é famoso por suas previsões apocalípticas e por ser um confesso defensor do ouro, em sua forma física. O ouro não é digital, não depende da Internet e não depende da rede de energia elétrica, o que lhe atribui valor intrínseco, inclusive em situações extremas. Ao contrário, o bitcoin perde utilidade em caso de falta de conectividade com a Internet.
Rickards acredita que o bitcoin e as outras criptos representam uma oportunidade. Ainda é cedo para investidores alocarem quantias grandes de bitcoins em seus portfólios devido à excessiva volatilidade e os problemas regulatórios ainda não esclarecidos, no entanto estar exposto mesmo que de forma tímida ao bitcoin, tem se mostrado uma decisão bastante acertada para diversificação de investimentos.
FONTE:
https://www.coinbr.net/blog/o-que-o-guru-das-guerras-cambiais-pensa-sobre-bitcoin/
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